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HÁ UMA DIFERENÇA SUTIL ENTRE PODER E QUERER AMAR

HÁ UMA DIFERENÇA SUTIL ENTRE PODER E QUERER AMAR
Cá eu e meus botões novamente. Há quem não queira ser amado? Há quem não queira ter em casa alguém a sua espera depois de um dia longo e exaustivo? Ou melhor, quem não quer ter um abraço, um remanso para poder atracar em dias tempestuosos? Você quer, a viúva que mora encima quer, o porteiro quer. Todos sonhamos com um conforto, um abrigo, um refugio, um alguém que nos cuide, que nos segure quando tudo parecer cair e pode parecer louco mas: querer ser amado não significa que podemos ser, talvez não por aquela pessoa que tanto esperamos algum tipo de receptividade ou afeto.
Dentro da loucura que anda este mundo, dentro de toda esta “liberdade”, é difícil encontrar estabilidade emocional, cada vez mais usufruímos do nosso orgulho e egocentrismo para poder berrar ao mundo o quanto somos independentes, o quanto a felicidade só se alicerça na gente mesmo, e blá blá blá... Tudo hipocrisia! Tudo coisa de alguém que estava tão infeliz solitário que resolveu tentar contaminar o resto do mundo com essas teorias de independência e onde se vê isso?
Se vê naquele discurso do tipo “pega e não se apega!” - por favor, quanta pobreza de espírito, me poupe – e também naquela cisão entre sexo versus amor, aonde muitas pessoas creem veemente que fazer sexo também não é se afetar, não é despertar sentimentos... Cá entre nós novamente, tem alguém se conectando (literalmente) a você, entrando mesmo que infimamente na sua intimidade,há como não se afetar? Sentir coisas além da carne?
Mas retomando, em meio a todo esse mundo que ergue a bandeirinha da autosuficiência para camuflar o medo gigante da solidão, andam soltas por aí algumas almas vazias, elas sonham com um príncipe encantado, seu cavalo branco, ou apenas alguém que cubra parte de sua carência, ou que apenas satisfaça sua ânsia, seu desespero afetivo e um detalhe importantíssimo, elas tem um discurso bonito porque em cargas d'água em sua vida ela aprendeu a subornar corações alheios para obter seu desejo. Quem quer ser amado cria mundos, promessas, e todo um charlatanismo que pode ser consciente (ela pode saber que está mentindo) ou inconsciente. Quem  quer ser amado tem necessidades muito mais que imediatas para serem atendidas, são gritos aflitos, sem parcimônia.
E por onde andaram os que querem ser amados? Isso é muito simples: eles são aqueles que parecem andar com um radar ligado, rastreando sua próxima vítima, estão a procura sempre, e quando localizam sua presa partem para o ataque, falam coisas lindas e fazem você pensar que vai
casar naquele dia mesmo, mas não se engane, é um jogo de interesse com apelação para chantagem emocional implícita ou explicita (só depende do nível de cara-de-pauzice deles). Pessoas que querem ser amadas estão aí te alugando em relações com joguinhos psicológicos (pois elas precisam ter meios que façam a sentir dominante para que quando ela se satisfaça em você, possa ela mesma dar um término se sentindo como se estivesse por cima). Elas são frágeis, querem muito dos outros só que adoram oferecer menos do que querem, porque estão necessitadas de algo então seria
empobrecedor mais ainda oferecer do pouco que tem, é como querer que alguém muito faminta divida a metade do seu hambúrguer com você, ela ainda vai estar faminta.
Já as pessoas que podem amar: são inspiradoras, sabem o que querem, quem querem e tem noção de que o outro não tem obrigação alguma de satisfazer suas necessidades, elas se conhecem, sabem dos seus limites e quando em contato com a gente desencadeiam um sentimento de “caramba, isso é excêntrico e genuíno”, é sentir uma ligação, uma ponte maciça os ligando. Quem pode amar, também não se contenta com a solidão, mas sabe lidar com parcimônia e age com criatividade. Pessoas que podem ser amadas tem um toque realmente humano, vivem de clichês, no entanto não tem medo de viver uma loucura de vez em quando. Outro detalhe importantíssimo: pessoas que podem ser amadas surtam de vez em quando, são vivas, sentem ciúmes e brigam por bobagem da mesma forma que pedem desculpa quando veem o quanto estão erradas.
Pessoas que podem ser amadas são simples, mas também tem fricotes, trazem paz do seu jeito mas também guerra. Pessoas que podem ser amadas e amar, também podem querer ser amadas e amar, só que com um detalhe: elas não te sugam, não são ervas-daninha, ela te preservam antes de
qualquer coisa.




Foto do perfil de PW Acosta, A imagem pode conter: 1 pessoa, close-up Peter W. Acosta, queria ser um garoto Sean Cody, mas por desvios do destino, caiu na psicologia e hoje é uma das promessas da Gestalt-terapia (ou não). Atualmente Peter, se ocupa de cuidar do seu gato chamado Timóteo, de fazer companhia a sua avó, plantar seus "temperinho verde" na horta e arranjar "tretas" amorosas para inspirar-se e escrever sobre elas.

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