Sentia o mundo em suas costas. O peso do mundo era grande. - O mundo é grande, filha! Ouviu alguém dizer uma vez. Agora, mais do que ver, ela sentia. Ela sentia o mundo em suas costas, e desabou. O peso do mundo é grande. Logo ela, que sempre fora tão forte, desabou. Chegou em casa exausta. As pernas doíam, os braços doíam, a cabeça doía, seu peito doía, latejando uma angústia sem fim. E todo seu corpo era mais nada que uma extensão em matéria da própria dor. Personificada. Era a dor. Brotava como hera em seu coração alquebrado (ferido pelas batalhas do tempo e pelas privações), percorria-lhe os braços até que chegasse aos nós dos dedos. e cada falange era um sonho perdido que se perdera, e cada falange era uma ilusão desfeita. Era uma flor, era uma rosa queimada pelo gelo. Sentia o mundo em suas costas. O peso do mundo era grande. Chegou em casa exausta e desabou exaustivamente. A tesoura de cabo negro e metal espelhado, repousava ao
Esse blog pertence ao GEPW - Grupo de Estudos e Pesquisas Donald Winnicott e tem por objetivo divulgar a teoria Winnicottiana além de divulgar notícias e produções do curso de Psicologia da URI Santiago.