“Relato de experiência: a familiarização como espaço sensível para a construção de práticas sociais em Psicologia.”
Seguem alguns excertos da produção da acadêmica Santa Durand Ramalho que vem me encantando:
“ Numa tarde de terça-feira ensolarada, enquanto aguardava o momento
de funcionamento da Instituição. Embaixo das árvores que ficam no espaço
externo do CRAS, comecei a observar a beleza daquele lugar, muita grama
cercado de árvores por todos os lados.Um silêncio proporcionou que meus
pensamentos fluíssem para que escrevesse tudo que eu estava sentindo e
enxergando naquele lugar onde, no lado direito na entrada do CRAS Vó
Ângela, situa-se a APROS - Associação dos Professores de Santiago.
Seguindo o quarteirão em direção ao bairro Ana Bonato, fica o Horto
Florestal, espaço da Prefeitura que é uma espécie de berçário de mudas
de flores e árvores que são utilizadas para o embelezamento da cidade de
Santiago. Penso que o CRAS, também, pode ser comparado com um
berçário, onde nossos gestores estão implicados com a produção de
bem-estar das pessoas usuários do CRAS Vó Ângela , e me sinto fazendo
parte de um todo dessa rede que proporciona e se compromete cada vez
mais com a promoção de vida.”
......
“ No segundo dia na espera da instituição abrir, continuo a observar
aquele espaço externo, e muitos carros passam e somem, em meio a uma
imensa poeira, porque na rua não há calçamento. Ouço o canto de pássaros
e movimentos de mães levando seus filhos na EMEI, nesse momento observo
um sujeito vindo em minha direção, ele era usuário do CAPS,
reconheceu-me, veio me cumprimentar e começou a me contar que estava bem
e que gostava de conversar com a ‘dotora psicóloga’, ele estava
sozinho, parecia bem tranqüilo. Despediu-se e seguiu seu destino.
Aproximou-se do horário de abrir as portas da Instituição, ali acontecem
encontros das equipes e pessoas que precisam de ajuda, observo alguns
senhores pintando as paredes do CRAS.
Crianças
e pessoas circulando pelo CRAS, em busca de suas cestas básicas que são
oferecidas pela instituição. Também, acontecia aula de violão com o
professor. Logo foi servido o lanche da tarde para as pessoas que ali
participavam das aulas de música. Mais uma tarde que se finda, volto
para casa na promessa de voltar na semana seguinte, idealizando
pensamentos de conquista de pertencimento naquele espaço, sentindo
orgulho de fazer parte daquela equipe que faz a diferença para aquelas
pessoas que vivem em grupo de risco que é vista pela sociedade como um
pouco, um nada, um pobre.
Quando
estamos dentro dos territórios de pertencimento das camadas mais
apartadas, experimentamos momentos incríveis, sair de um espaço fechado
com conforto ir ao encontro do novo é fantástico é humano.”
Enviado por:
Anahy Silveira Freitas Azambuja possui graduação em Psicologia pela Universidade Católica de Pelotas
(1982) e Licenciatura em Formação de Docentes para a Educação Básica ela
URI (2013) , com formação, ao nível de pós-graduação Latu Sensu em
Psicopedagogia e em Psicologia Clínica. Atualmente, é professora nos
cursos de Psicologia, Direito, Ciências Contábeis, Administração de
Empresas e Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai
e das Missões, URI/ Câmpus de Santiago.
Sobre a autora:
Que incrível poder ler teu encantamento nas práticas de estágio Santa. A psicologia tem a incrível facilidade de virar poesia quando encontra pessoas comprometidas e apaixonadas pelo que fazem!
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