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           Enquanto ouvia Clair de Lune do Debussy, cheguei à conclusão de que a vida não é nada mais e nada menos que apenas um sopro de vento no mundo. É isso o que somos, ou pelo menos o que gradativamente nos tornamos. Somos um emaranhado de acordes, de notas musicais que descem e sobem de acordo com o ritmo da música, das coisas. 
        Se somos apenas um sopro singelo e singular que passa na vida dos outros, porque não fazer isso de forma doce e gentil? Porque precisamos machucar uns aos outros, ter remorso e aflições relacionadas a pessoas, se amanhã ou depois, assim como Clair de Lune, tudo acaba? A música também produz pensamentos de que apesar de a vida ser um sopro de vento, ela também pode ser reproduzida, não como a música a todo momento, mas como uma memória ou lembrança que estará presente em mim/no outro, todos os dias das nossas vidas, para sempre. 
           Se os sopros nos tocam, nos afetam e nos deixam marcas, porque não contar ao mundo sobre isso? As pessoas deveriam saber quando elas fazem diferença na vida de alguém e que sim, elas importam. Cada sopro será único, terá um cheiro, criará uma memória e, se tiver sorte, sentimentos também. Portanto, se está lendo isso agora, amanhã, ou quem sabe daqui um tempo, saiba que o seu sopro de vida tocou o meu e assim como a música de Debussy, será eternamente lembrada (o) dentro do meu coração e de minhas memórias. Obrigada.


Sobre a autora: 
Foto do perfil de Daniela Corrêa Daniela Corrêa é acadêmica de psicologia e amante de todas as formas de arte.

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