Indicação
e Review (O Mínimo Para Viver)
*SPOILER
ALERT.
O
filme “O Minímo Para Viver”, dirigido por Marti Noxon retrata a
vida de uma jovem (Lilly Collins) que sofre de anorexia e é enviada
para um espaço de recuperação pouco convencional onde acontece um
acompanhamento profissional. Nesse espaço existem outras pessoas que
também sofrem de algum tipo de transtorno alimentar e a trama teria
como objetivo conseguir fazer uma maior conscientização sobre esse
tipo de desordem psíquica que afeta grande parte da população
mundial.
Ao
longo da história é possível perceber o cotidiano da jovem e de
como o transtorno apresentado por ela afeta a sua vida em todos os
sentidos possíveis, além de mostrar que essa desordem pode ser
vista como algo não tão patológico para quem possui esse
adoecimento psíquico, possibilitando pensar sobre a importância do
cuidado para com esses sujeitos que o apresentam.
O
filme começa com uma mensagem de alerta para o público que pretende
assisti-lo,
“Esse
filme foi criado em parceria com pessoas que sofreram de distúrbios
alimentares e inclui representações realistas, que podem ser
perturbadoras.”
conscientizando
o espectador de que serão apresentadas cenas que podem causar
estranhamento e angústia a quem assiste a história de Ellen e dos
demais que, no filme, se encontram em intenso sofrimento psicológico.
Com
o decorrer da história é possível conhecer um pouco da realidade
de pessoas com transtornos alimentares (principalmente a anorexia,
nesse caso) e de como esse processo acontece tomando proporção de
cada detalhe da vida do sujeito, no entanto, é necessário que se
tenha atenção e cuidado ao assistir O Mínimo Para Viver, pois o
longa apresenta diversas características e métodos utilizados na
intensa redução do peso corporal por pessoas com esse tipo
adoecimento.
Controle,
regressão para um estado do corpo infantil, a busca por um corpo
perfeito para se enquadrar nos padrões sociais estabelecidos pela
mídia e ao longo do tempo são algumas das características que a
anorexia abrange em termos de causalidade para com pessoas que podem
apresentar certa vulnerabilidade para desenvolver esse tipo de
adoecimento, contudo, é necessário que se tenha consciência de que
essas características não são vias de regra e de que a anorexia
pode aparecer decorrente de diversas situações.
Apesar
de conscientizar sobre os transtornos alimentares e conseguir mostrar
como esse assunto deveria ser levado a sério – sendo necessário
que exista atenção e cuidado assim como com outras patologias – o
filme pode acabar traçando um perfil de pessoas que possuem esse
tipo de desordem, pois os protagonistas são atores magros, abaixo do
peso e com aspecto/aparência adoecida, podendo causar a criação de
ideias de que apenas os sujeitos que apresentam essas características
possuem distúrbios relacionados à alimentação, visto que, por se
tratar de um transtorno que distorce a realidade e percepção da
pessoa com o próprio corpo e o mundo, essa psicopatologia afeta
também indivíduos que podem, por exemplo, ter sobrepeso.
Portanto,
é necessário que se pense na anorexia e em outros transtornos
alimentares como um processo que pode vir acontecendo desde a
infância ou a partir de certos acontecimentos ao longo da vida e que
o cuidado deve ser feito com todos aqueles que apresentam alguma
distorção com a imagem corporal e não apenas com pessoas que já
se encontram abaixo do peso, pois o estar abaixo do peso pode ser e
muitas vezes é resultado de um adoecimento intenso, que, se tivesse
sido percebido e cuidado quando estava se desenvolvendo, poderia ter
sido evitado ou minimizado.
Além
das cenas que mostram o processo e o cotidiano de pessoas com
transtornos alimentares para perderem peso ou então mantê-lo e de
como essa desordem se intensifica ou enfraquece com em certas
situações, o filme também mostra a criação de novos sentidos
quando se tem o devido cuidado estabelecido através de novos
relacionamentos (re)significados e que proporcionam as pessoas e a
protagonista Ellen de recriar novas possibilidades para ser, ver,
sentir e então finalmente...viver.
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